Sociedade e violência
O massacre de hoje numa escola secundária alemã é mais um sintoma de que algo vai muito mal, no Ocidente, na relação entre os jovens e a sociedade. A moda dos massacres nos liceus foi importada dos EUA e está a propagar-se aos países do norte e centro da Europa. Seremos imunes? Num mundo globalizado, ninguém está imune ao contágio das atitudes e comportamentos. Até porque as teorias educacionais e a forma como se vê a infância e a juventude é idêntica em todo o mundo ocidental. A escola é um sítio muito específico e concentra nela muitas tensões, as quais têm sido intensificadas com as teorias da abertura da escola à comunidade. É o que se passa também em Portugal. Estes exemplos (aqui e aqui) vindos de Braga mostram, mais uma vez, que a doença existe e que ela pode tornar-se numa tragédia.
Hannah Arendt chamava, já há várias décadas, a atenção para o problema da autoridade, nomeadamente na autoridade na escola. Ela é fundamental para proteger as crianças e os jovens da sociedade. Mas Arendt também chamava a atenção para a necessidade de proteger a sociedade dos actos dos próprios jovens. Parece que ela tinha toda a razão, contra aqueles que endeusaram a infância e a juventude e criaram as condições para acontecimentos como os de hoje, em Estugarda.
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