25/03/09
24/03/09
Os dias de suspensão
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21/03/09
Um jogo de equívocos
O futebol é um jogo perverso. Mobiliza demasiadas emoções e demasiadas paixões, mobiliza grandes interesses, mas está sempre sujeito a um erro da equipa de arbitragem. O Benfica, o meu Benfica, ganhou a Taça da Liga (nem sei bem o que isso é) ao Sporting. Mas o golo do Benfica, aquele que empatou o jogo, nasceu de uma decisão errada da equipa de arbitragem. Não era já mais do que tempo de se começar a usar meios electrónicos para detecção da verdade de certas jogadas? Com o dinheiro envolvido e as emoções clubísticas sempre tão acirradas, o uso desses meios é quase uma obrigação para manter a paz pública, isto para além da verdade objectiva dos jogos. Os homens enganam-se. Em princípio, presume-se que os árbitros, mesmo enganando-se, estão subjectivamente convencidos da verdade das suas decisões. Mas não é disso que se trata, mas da verdade objectiva do jogo. Parece, porém, que existe uma verdadeira indústria, talvez um lobby poderoso, que vive das paixões propiciadas pelos enganos no futebol. Talvez seja ele que não está interessado no uso de meios electrónicos para auxílio da arbitragem. É por coisas destas que o futebol cada vez me interessa menos. No fundo, não passa de uma brincadeira de garotos, ou de homens que teimam em não deixar de ser garotos, onde o erro, a distracção e a batota, como nos jogos infantis, têm um papel preponderante na determinação do mérito. Perdoem-me os benfiquistas menos dados, em matéria clubística, ao uso da razão. Mas qual o prazer de ganhar quando há um engano que perverte a verdade? Mesmo que essa verdade não seja aquela que os adeptos do adversário, neste caso do Sporting, supõem na sua indignação.
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Mudança na correlação de forças
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20/03/09
O Provedor de Justiça
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Amália Rodrigues - Gaivota
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Um novo começo
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Jornal Torrejano, 20 de Março de 2009
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19/03/09
Prolegómenos à escravatura voluntária
Eu não esperaria que esta gente que governa tivesse um mínimo de decoro e respeito pelas pessoas. Quem inventou o concurso de professores titulares é capaz de tudo. Portanto, é capaz de criar uma situação de tal ordem na escola que, muitos professores em desespero de causa, peçam a aposentação com elevadas penalizações. Depois, é capaz de vir dizer que eles são necessários, desde que voluntários.
Há uma coisa, porém, que me intriga: O que terá a cara dos professores de diferente da de outros cidadãos? Fala-se que o Ministério da Saúde vai também recorrer a médicos aposentados, mas pagando-lhe. Por que motivo os professores hão-de ser voluntários nas escolas? Ainda por cima, se houver voluntários, estes terão de fazer um relatório crítico da sua actividade, uma espécie de auto-avaliação (a cabeça burocrática desta gente nunca pára de pensar). Este governo começou por baixar drasticamente os salários dos professores, como se eles fossem privilegiados relativamente a outros licenciados (a mais pura das mentiras), e agora acha que devem trabalhar gratuitamente. Parece que estamos perante os prolegómenos a uma nova prática de escravatura. A escravatura voluntária. O que vale é que o escravo tem o dever de fazer um relatório e de se auto-avaliar.
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Joseph de Maistre - O estado habitual do género humano
A história prova, infelizmente, que a guerra é o estado habitual do género humano num certo sentido, isto é, o sangue humano deve correr sem interrupção sobre o globo, aqui ou ali, e a paz, para cada nação, é apenas um pequeno descanso.
Cita-se o encerramento do templo de Janus, sob Augusto, cita-se um ano do reino guerreiro de Carlos Magno (o ano de 790) onde ele não fez a guerra. Cita-se uma curta época depois da paz de Ryswicki, em 1697, e uma outra tão curta após a paz de Carlwotizz, em 1699, onde não houve guerra; não apenas na Europa, mas mesmo em todo o mundo conhecido.
Mas estas épocas são apenas momentos. [Joseph de Maistre, Considérations sur la France]
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Abertura da escola à comunidade - II
O meu post anterior, Abertura da escola à comunidade, gerou alguns comentários discordantes. Em primeiro lugar, será bom olhar para o estatuto disursivo do post. Ele é, claramente, um post crítico e caricatural. A caricatura é sempre hiperbólica, aumenta desconfortavelmente os traços daquilo que é caricaturado, mas tem a vantagem de dar a ver o que a visão normal não compreende. O efeito aumentativo, digamos assim, mostra o sentido das coisas.
Podemos afirmar que os acontecimentos passado na Escola Básica 2/3 de Silgueiros, Viseu, são o resultado directo das políticas do actual governo? Não, não podemos. Mas podemos dizer outra coisa. Podemos dizer que a forma como o actual governo tem incrementado a chamada abertura da escola à comunidade, na continuidade de anteriores governos, desprotege as instituições escolares perante estes acontecimentos. A escola é um território onde as famílias se movem, ou pretendem mover, como se estivessem em casa. Este mover-se como se estivesse em casa não é uma pura metáfora. Os valores provenientes das famílias, muitas vezes adversos ao ethos escolar, invadem e instalam-se na escola, devido ao papel atribuído pelo poder político (note-se bem) às famílias, dentro da escola. Quando se abre a escola à comunidade entram pessoas que pensam segundo o bem comum e o ethos escolar, mas também entram todos os outros com culturas adversas.
Este acontecimento, aliás como muitos outros, é um revelador do que significa abrir a escola à comunidade. Percebo que o problema não seja apenas português. Não o é. Mas isso não isenta de culpa aqueles que, em Portugal e nos países ocidentais, têm advogado semelhantes políticas. Essas pessoas têm nome, essas pessoas foram investidas nos mais altos cargos para tomar decisões. As decisões que tomaram foram erradas e, em vez de proteger a escola da sociedade, retiraram-lhe todas as defesas, deixando-as à mercê do arbítrio da comunidade. Essas pessoas que, no poder político fomentaram tais políticas, devem arcar com estes acontecimentos em cima dos seus ombros.
A escola não é um lugar como os outros, pois o que se pretende ali não é reduplicar a vida tal como ela acontece, mas preparar as novas gerações para integrar a comunidade, mas trazendo para essa comunidade o melhor, um conjunto de valores depurados pelo ambiente escolar, um conjunto de valores que, muitas vezes, devem contradizer as práticas e os preconceitos dessa comunidade. Um exemplo: na vida civil a honestidade é, hoje em dia, pouco apreciada. Na escola, deveria ser um valor indiscutível, um "dogma" do qual nenhum aluno pudesse duvidar, um preceito que deveria fazer tremer aquele aluno que pensasse fazer batota. Ora, se a escola se abre à comunidade, são os valores da comunidade que penetram na escola, pois a comunidade é muito mais forte do que a instituição escolar.
O meu post anterior nada tinha a ver com os professores e as sua reivindicações (muitos defendem, tragicamente, a retórica da abertura da escola). Tinha tudo a ver com os alunos, a sua defesa, a defesa das novas gerações. Como disse Hannah Arendt, é preciso proteger as novas gerações da sociedade e a sociedade das novas gerações. A abertura da escola à comunidade não faz uma coisa nem outra. É evidente, repito, que os acontecimento de Viseu não são associáveis directamente ao executivo. Mas este intensificou até ao paroxismo algo que já vinha do tempo do marcelismo, e que a democracia apenas incrementou, algo que destruiu aquela fronteira invisível que dizia a todos nós, etnias com culturas diferentes incluídas, que há uma diferença ontológica entre o espaço escolar e o espaço público onde decorre a vida civil. Essa fronteira invisível já era frágil, mas por acção do poder político, e não por qualquer movimento espontâneo da sociedade, essa fronteira já não existe. Por isso, aqueles que entraram dentro da escola de Silgueiros agiram com toda a naturalidade e espontaneidade, os portões da escola já não significam nada.
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18/03/09
Abertura da escola à comunidade
Postado por Jorge Carreira Maia à(s) 18:46 5 comentários
SIDA, sexo e abstinência
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Não fora isso, e não seriam carecas nem teriam gota
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16/03/09
A vaidade de parecer civilizado
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15/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XXV
(o copo tornando ampla
cada sílaba, unindo
um sopro fundo
ao estremecimento das mãos.
fronteira, fractura, frémito:
a língua avolumada
num iridescente vórtice –
e, entre a chuva e a manhã,
uma
ponte aberta em resplendor.)
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Heimat-Trilogy (Heimat / Heimat II / Heimat 3)
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Vasco Pulido Valente - O Estado paga e o povo pasma
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14/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XXIV
e a infância corre-te, indesvendada,
imóvel,
no enigma dos dias diluídos,
chegada do mar, segurando-o
num búzio, num
fio de sal, num peixe pressentido. conta-te
o seu rol de adivinhações,
todos os cais, todos os raptos,
todas as impossíveis rotas –
e assim te concebe olhando-a,
e longamente te prepara
para o nascimento.
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Ute Lemper - Alabama Song
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Manifestações argumentativas
Todos sabemos que uma parte do discurso político é puramente ociosa. Os políticos dizem coisas para preencher o espaço reservado à discursividade. Por norma, dizem idiotices políticas, coisas sem sentido. Veja-se o que disse o ilustre engenheiro, que a vontade de Deus (se a voz do povo é a voz de Deus, então a vontade do povo é a vontade de Deus) nos deu por timoneiro, nesta hora de barco à deriva (sinal seguro de que a divindade está apostada em que nos afoguemos), sobre a manifestação de ontem levada a efeito pela CGTP. Por exemplo, "Lamento que nessas manifestações não existam argumentos, mas apenas acusações e insultos. Lamento que organizações sindicais se limitem ao insulto e ao insulto pessoal, chamando-me mentiroso."
Para além da sua estratégia de autovitimização, estratégia muito a propósito que se vem a desenhar desde a nova eclosão do caso Freeport, devido aos manifestantes lhe chamarem mentiroso, o que eu acho notável é a propensão intelectual que o nosso engenheiro parece ter. Lamenta, sua Ex.ª, que na manifestação não haja argumentos. Portanto, José Sócrates deveria esperar que uma manifestação popular fosse uma espécie de emanação daquelas aulas universitárias que ele deve ter frequentado para se licenciar. Aulas onde alunos e professores se entregavam a longas cadeias de raciocínios, vigiados na sua validade lógica e verosimilhança retórica.
Eu já estou a imaginar aquela manifestação da CGTP não a gritar slogans (coisa que ocorre em todas as manifestações que há por esse vasto mundo), mas a desfiar argumentos, contra-argumentos, objecções e refutações. Carvalho da Silva não discursaria, mas avaliaria as melhores teses e respectiva argumentação, não do ponto de vista político e social, mas lógico-retórico. Eis o que faz entregar a direcção de um país a um engenheiro.
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13/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XXIII
o desamparo é a mãe da intensidade.
também o fogo, parco
em seu começo, frugívoro,
se dilata logo, acudindo a quem
pacientemente lhe confia os olhos.
na insónia desligada da vigília, o rasgão
a dar para a íntima
dança ígnea.
– despetalar o sono até que ver
seja o trânsito entre o livro e o relâmpago,
e as mãos caibam
tanto no fôlego
que se lancem pela água como
uma aliança:
grandes
sinais.
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VeljoTormis - Raua needmine
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Antônio Delfim Netto - O fracasso da economia acadêmica
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Jornal Torrejano, 13 de Março de 2009
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Liberdade e obediência
Para compreender o verdadeiro valor da obediência espiritual, devemos distinguir cuidadosamente a vontade própria e a liberdade real. Esta distinção tem um grande importância, porque somos chamados a ser livres na obediência e não a sacrificar toda a liberdade para responder, como máquinas, à autoridade.
A obediência a Deus é a forma mais alta da liberdade. A sujeição à tirania do automatismo, que este venha dos caprichos da vontade própria ou das ordens cegas do despotismo, das convenções, da rotina ou da inércia, faz-nos perder toda a liberdade.
Uma das ilusões mais comuns consiste consiste em crer que ao opor os meus caprichos às ordens da autoridade, eu manifesto a minha liberdade, eu ajo «espontaneamente». Ora esta maneira de agor não tem a ver com a espontaneidade verdadeira e não conduz de modo nenhum à verdadeira liberdade, mas antes à insubordinação. [Thomas Merton (1963). Semences de Contemplation. Paris: Ed. du Seuil, pp. 148]
-------------------------
Esta citação de Thomas Merton, monge trapista, permite perceber por que motivo, no conflito entre professores e Ministério da Educação, a Igreja Católica portuguesa esteve genericamente do lado dos professores. A Igreja tem uma longa experiência sobre a relação entre a autoridade, a liberdade e a obediência, e sabe perfeitamente, pelo menos nos seus círculos mais esclarecidos, que a autoridade e a obediência, mesmo fora dos mosteiros contemplativos, são o fundamento mais sólido da liberdade, e, por isso mesmo, da educação das novas gerações. É deste cristianismo que a Europa precisa. Precisa que ele penetre novamente no tecido social. Isto não significa, porém, que aquilo que é necessário acontecer aconteça, de facto. Mas, caso não aconteça, a evolução da Europa será problemática. Como é que a liberdade poderá subsistir numa cultura que cortou a relação com uma das suas fontes mais originárias?
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Leituras
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12/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XXII
repito: o vento
é um galope travejado de crisálidas,
uma súplica submersa
à máscara surda que
sob o ténue acorde trazes
que te vê o medo.
repito: espera-te
o derradeiro assombro em cada sopro,
uma volátil erupção, vértebras, a
passada oblíqua, o inacessível rito
de tocar coisas
onde incessantemente principiem: fonte
(outra vez o imo
do circum-naufrágio).
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Doris Monteiro - Samba De Verão
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Marcadores: Música
Má sorte ser cronista
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Afinal, não haverá pré-socráticos
Foi apresentado o governo de Sócrates e, como era de esperar, rapidamente se percebeu que não houve nenhuma maioria de esquerda nas últimas eleições. O PS ganhou ao centro e formou um governo de centro-esquerda. Quem estava à espera de um hipotético carnaval baseado na demagogia folclórica e na irresponsabilidade reivindicativa sofreu uma desilusão. O novo primeiro-ministro teve, após a vitória eleitoral, duas novas vitórias: deu credibilidade à formação do seu governo e formou-o com uma forte imagem de coesão e reformismo.
Dos ministros escolhidos, ressalta uma mensagem de responsabilidade e de interesse em enfrentar as dificuldades do país. Boas notícias são Campos e Cunha nas Finanças e Manuel Pinho na Economia. Dois homens que vêm de fora do PS com uma imagem de grande rigor. O retorno de Mariano Gago à Ciência e Tecnologia e de Correia de Campos à Saúde são também excelentes notícias. Freitas do Amaral carimba a matriz centrista do governo. Na Educação, há, pelo menos, uma boa notícia: nem Ana Benavente, nem Santos Silva vão tutelar a pasta. Esperemos que a nova ministra seja insensível à demagogia e irresponsabilidade daqueles que estão empenhados em prosseguir o caminho de destruição do sistema educativo português.
Aquilo que, todavia, espera o novo governo parece ser mais um trabalho para Hércules do que para Sócrates. Equilibrar as Finanças, endireitar a Segurança Social, reformar a Saúde, a Administração Pública e a Justiça, desenvolver e modernizar a Economia, pôr ordem na Educação. Em todas estas áreas movem-se poderosos interesses e existem fortes obstáculos. Muitas das medidas a tomar terão custos sociais e serão contestadas, no Parlamento, por todas as oposições e na rua pelo PCP e pelo BE. O caminho de Sócrates, como o do Céu, é estreito, mesmo muito estreito. Pede-se-lhe que faça aquilo que nenhum primeiro-ministro, antes dele, fez: cortar nos privilégios instalados, fomentar o reformismo inovador, equilibrar e dar coesão à comunidade nacional. Que seja ao mesmo tempo liberal na economia e social-democrata na concepção da comunidade política.
Ora, se fugir das reformas, como o fizeram Cavaco e Guterres, perderá as próximas eleições sem honra nem glória e deixará o país num pântano ainda maior do que o actual. Se tiver coragem, se enfrentar com decisão os problemas, muito provavelmente perderá na mesma as próximas eleições, mas perderá com honra e deixará um país com futuro aberto à sua frente. E poderá acontecer que os eleitores percebam o que fez.
A Sócrates pede-se-lhe uma inteligência de Aristóteles e uma força de Hércules. Se as tiver, então um dia, quando se estudar a vida política da III República, falar-se-á em Sócrates e em pré-socráticos. Caso contrário, o socratismo não terá sido mais do que um sofístico equívoco.
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Da origem do celibato dos padres
Postado por Jorge Carreira Maia à(s) 10:41 0 comentários
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11/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XXI
os livros inclinam a sua espessura
para o interior dos órgãos.
(quando qualquer coisa é mínima,
rompe a idade
como uma pedra rara,
a sua álgida pulsação arremessada
ao desespero.)
os livros – nunca abertos, afinal – assestam
essa fluidez aos ombros –
e um discreto silêncio,
como o de um arroio à beira
de uma grande solitude,
unge de atenção o tacto.
(um livro, afinal, é uma atenção
que impuramente se conduz
ao lugar de um começo.)
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Sigur Ros- The Nothing Song
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Marcadores: Música
A reconquista das Espanhas
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Manuel António Pina - Ainda a "educação"
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Sociedade e violência
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10/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XX
o frio começa a rodar sobre a aridez.
e as mãos refluem, recusam
uma existência ponderada.
resta-te, sobre um sal encapelado
e fúnebre, um caminho de ecos,
um crepúsculo eléctrico,
cada vez menos palavras franqueando
o prolongado delírio,
cada vez mais desconexas sílabas,
cada vez mais vogais
permitindo à voz desmantelar-se
num aceno, chegar
à encruzilhada que a noite ainda vela.
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Susana Baca - De Los Amores
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Lá volta a questão dos níveis
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José Trincão Marques - Terra Nossa
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Os comunistas e a educação
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09/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XIX
o poema empurra-te para uma fímbria
de litorais. se a mesa se dobra, acercas
uma viagem, e a vertigem debruça-se
como um selo sobre o júbilo.
exiguamente colado à escuridão,
escreves – e a trémula vida dos nomes
socorre-te do estertor das fábulas.
demorada em sua leveza,
cada fonte é também
um ramo de cicatrizes
que floresce para um sangue anterior
ao tempo, sob
a vigilância da fauna
que desune o esqueleto.
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Stephan Micus - Mikhail's Dream
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A virtude da honestidade
António Barreto escreveu, ontem, no Póblico o seguinte: «À honestidade aconteceu algo de parecido. A ponto de se considerar que uma pessoa honesta "é parva" e "não sabe da poda". Abundam os lugares-comuns que revelam que a honestidade não é um valor com muita saída. Quem defende a honestidade é considerado "ingénuo". De alguém que perde tempo a escrever sobre a necessidade da honestidade na vida pública se dirá simplesmente que perde tempo com "sermões". De um honesto se garante que nunca será rico nem irá muito longe na política. Um comerciante que não "mete a unha" é palerma. Um corretor de bolsa que não usa informação privilegiada e não manipula os concorrentes é um mau profissional. Um político que, antes das eleições, não esconde as dificuldades, para só as revelar depois de ganhar, é um "tonto" e deveria mudar de profissão. Um empresário que nada oculta aos trabalhadores é um "samaritano" sem killer instinct. Um estudante que copia ou plagia só merece condenação se for descoberto. Aliás, se for "apanhado", a complacência é de rigor.»
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Triste tristeza, por que és tão triste...
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O exemplo grego
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08/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XVIII
(trabalhar no decalque de uma labareda,
a manhã um violino trespassando
as marés de simulacros.
e a garganta, presa a uma cascata,
de repente a já não poder mais:
arrancando ao som um acordo visceral, impetuoso –
e braços, pernas, cabelos todos
de regresso a um principiar de mundo,
vogais sem leme, sob o inexorável
recuo da boca, achando
o arquipélago final –
tantas vezes afundado no
sujo lacre da lucidez.)
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Charles Aznavour - Que c'est triste Venise
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Em busca do suicídio
Mário Nogueira emergiu, na crise que assola a educação, como a figura central da representação dos professores. Infelizmente! Esta ameaça de greve às avaliações mostra que a inteligência é coisa que não abunda lá para o lado dos sindicatos. Esta gente não terá percebido que na tentativa anterior de greve às avaliações, o governo trucidou os professores e abriu caminho para o conjunto de malfeitorias que se propôs fazer? Eu sei que há professores que defendem esse tipo de radicalização do conflito. Mas essa posição coloca os professores em maus lençóis. Em primeiro lugar, transforma o professor num mero assalariado, idêntico a qualquer outro que pode fazer greve em quaisquer circunstâncias. Isso significa que o professor não é um elemento central na constituição da comunidade e que não tem deveres especiais. Os professores que defendem isso, uma greve às avaliações, concordam tacitamente com a política governamental de proletarização da classe docente. Em segundo lugar, uma greve às avaliações, do ponto de vista táctico, é uma vitória para o governo. Mais uma vez terá oportunidade para isolar os professores, depois destes terem recuperado a simpatia da opinião pública.
Os sindicatos já erraram demasiado. Mesmo a recusa de negociar sem que o governo retirasse o actual modelo de avaliação foi um erro estratégico. Os sindicatos deveriam ter aceite o modelo e negociar a sua melhoria, a sua desburocratização e a eliminação de itens de avaliação absolutamente ridículos, como aqueles que dizem respeito à relação do professor com a escola ou com a comunidade. Mas este tipo de idiotices devem agradar tanto aos nossos sindicalistas como aos nossos decisores políticos. Não deixa de ser traumática para a classe docente estar entregue a pessoas como Lurdes Rodrigues, Valter Lemos, Jorge Pedreira, Mário Nogueira e a restante horda de sindicalistas.
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07/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XVII
observa como o espanto
se desprende do jejum.
basta-te a tarde, o seu afago
a suspensas melodias,
o ainda sono de estenderes a nudez
pela profusão da infância.
talvez por isso o vinho se agarre tanto
ao nomadismo, e a noite se renda
a quem solta o lume por largos descampados,
cauterizando as constelações, a sabedoria
de quem primeiro soube beber
de um só hausto o firmamento.
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Rytis Mazulis : Clavier of Pure Reason
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PCP - 88 anos
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EPHEMERA - biblioteca e arquivo de José Pacheco Pereira
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06/03/09
Moisés David Ferreira - Reencontro XVI
quando as lâmpadas se ferem, o frio
faz surpreendentes ditados
à sinuosa quietação dos lábios.
quando se respira
contra uma janela alta, mãos
mergulhadas no espanto,
a vida toda é isto, ali:
um vidro pulmonar, a paisagem
de tal modo unida ao fôlego
que ambos se indistinguem num mesmo correr
de aparições.
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Arnett Cobb & Eddie "Lockjaw" Davis - Go Power
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O direito de enterrar e honrar os mortos
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Jornal Torrejano, 06 de Março de 2009
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