Era neste tom que o passado em mim vivia
Era neste tom que o passado em mim vivia
e de lá chamava-me em sussurros,
para falar sobre rios e flores,
pequenas cercas de madeira,
ou torres voltadas para o céu,
a florir na terra como bandeiras.
Perdido no presente, ou exausto
de meditar universos futuros,
eu não o ouvia, mesmo se gritava,
ou se gemia e acordava os céus
ou no mar aos peixes enlouquecia.
Agora que durmo, sei que o passado
é aquela pequena cidade,
Nova Yorque lhe chamaram,
filtrada pela neblina dos dias,
se vista de Hoboken pelos olhos sépia
que a fitam quando ela
por eles chegava
para comigo conversar.
1 comentário:
Muito bo... o tom sépia é, de facto, o tom do passado. Qual será o do presente? e o do futuro?
Enviar um comentário