Emil Cioran - O destino da nossa espécie
Desde que Schopenhauer teve a aberrante inspiração de introduzir a sexualidade na metafísica, e Freud a de sublimar a indecência por uma pseudo-ciência das nossas perturbações, admite-se que qualquer um nos entretenha com a «significação» das suas explorações, da sua timidez e dos seus êxitos. Todas as confidências começam por aí; todas as conversas chegam aí. Em breve as nossas relações com os outros reduzir-se-ão ao registo dos seus orgasmos efectivos ou inventados… É o destino da nossa espécie, devastada pela introspecção e pela anemia, de se reproduzir por palavras, de expor as suas noites e de engrandecer as suas fraquezas ou os seus triunfos. [Emil Cioran, Syllogismes de l'amertume]
1 comentário:
N'a de convictions que celui qui n'a rien approfondi
E.Cioran
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