João Paulo Guerra - Notas
O que Portugal deveria fazer, para fazer disparar a média da avaliação nacional, era criar uma cátedra de esperteza saloia, cadeira na qual sobram os licenciados, mestres e doutores.A produção de cartolas com os respectivos coelhos está em franca expansão em Portugal. Se desse para exportar resolveria alguns dos problemas da economia portuguesa. O problema é que não dá pois a avaliação dos mercados não segue os critérios e padrões que têm vindo a ser aplicados em Portugal para a produção de sucessos miraculosos. Como, por exemplo, no ensino. De um ano para o outro, o insucesso escolar crónico converteu-se num sucesso assombroso. Poderá mesmo falar-se numa obra miraculosa da Senhora de Lurdes que está no Ministério da Educação: após o grande sucesso das notas dos exames nacionais de matemática do 12º ano, com a média nacional a disparar para os 14 valores, as notas positivas de matemática do 9º ano quase duplicaram.
Porém, o milagre da matemática tem vindo a ser ensombrado pelos diabos dos números. As associações dos professores de matemática atribuem a explosão das notas na disciplina à crescente facilidade dos exames nacionais. Dizem mesmo que há questões nos exames dos 12º e 9º anos que poderiam ser resolvidas por alunos dos 2º e até do 1º ciclo.
Seja como for, enquanto a contestação vai e vem, as estatísticas vão melhorar e não tardará que a Europa seja invadida por fornadas de jovens portugueses que vão concorrer num mercado aberto de trabalho com excelentes avaliações mas periclitante formação. E se um dia os portugueses também forem acusados na Europa de batoteiros em matéria de avaliação do ensino? Ou até mesmo arguidos da produção de notas falsas nos exames nacionais? [Diário Económico]
Porém, o milagre da matemática tem vindo a ser ensombrado pelos diabos dos números. As associações dos professores de matemática atribuem a explosão das notas na disciplina à crescente facilidade dos exames nacionais. Dizem mesmo que há questões nos exames dos 12º e 9º anos que poderiam ser resolvidas por alunos dos 2º e até do 1º ciclo.
Seja como for, enquanto a contestação vai e vem, as estatísticas vão melhorar e não tardará que a Europa seja invadida por fornadas de jovens portugueses que vão concorrer num mercado aberto de trabalho com excelentes avaliações mas periclitante formação. E se um dia os portugueses também forem acusados na Europa de batoteiros em matéria de avaliação do ensino? Ou até mesmo arguidos da produção de notas falsas nos exames nacionais? [Diário Económico]
Sem comentários:
Enviar um comentário