31/07/08

Discriminações e outras capitulações

Todos nós estamos de acordo que ninguém deve ser discriminado com base na raça, na religião ou na orientação sexual. Como achamos essas discriminações imorais aceitamos que sejam criminalizadas. É isto que se passa nos países europeus. O que não imaginamos nunca é a capacidade criativa da justiça ao fazer a hermenêutica da lei. Um pobre cartoonista amador holandês estará sob investigação durante os próximos três anos por suspeita de ter violado a lei holandesa que proíbe tais discriminações (The Wall Street Journal). O que fez de mal este holandês? Uns cartoons que atingiam o Islão. É interessante como se torce a intencionalidade da lei. Uma coisa é perseguir judicialmente alguém que descrimina pessoas por serem muçulmanas, outra coisa é fazê-lo porque alguém que critica uma religião. No primeiro caso, o que a lei faz é defender a liberdade; no segundo, é atacá-la. Mas o mais importante neste caso é o caminho que a Europa está a seguir vergada ao medo da ira dos muçulmanos. A própria liberdade de expressão, que parecia ser o valor fundamental e inviolável do mundo ocidental, é agora drasticamente limitada. Isto não se passa apenas na Holanda. Os muçulmanos estão, a partir de uma estratégia de terror, a impor, nos países onde têm alguma expressão, uma nova forma de vida aos ocidentais. Não por acaso, é a liberdade o primeiro alvo da estratégia dos islamitas. Que aceitemos isto sem pestanejar mostra bem o grau de degradação que atingiu os nossos princípios.

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