28/01/08

Marquesa de Alorna - XIV "Bem como se perturba a clara fonte"

Bem como se perturba a clara fonte
Na agitação contínua da corrente,
A minha alma sossego não consente,
Por mais que nos meus ais ânsias desconte.

De cuidado em cuidado, monte em monte
Me leva este pesar que o peito sente;
Sempre diviso aflita, descontente,
Os princípios da luz pelo horizonte.

De que vem este mal? Um mal tão claro
Vem de um vago sentir que na alma pesa…
Amor! Serás comigo sempre avaro?

Amor em mim é filho da tristeza!
Eu sinto o coração ao desamparo…!
Pune, oh Deus, pelas leis da natureza!

Sem comentários: