27/01/08

Coimbra e o seu “A Taberna”

Ontem, uma viagem a Coimbra. Não para visitar isto ou aquilo, mas para passear, pela manhã, na baixa, ver o movimento, sentar-me numa esplanada, passar pela feira de velharias, a céu aberto, comer um bolo na Briosa, ver as livrarias, comprar música na Almedina ou olhar as águas do Mondego. Já não o fazia há muito, mas desta vez senti um prazer especial ao perder-me pelas pequenas ruas, percorrer os becos (como está tudo tão arranjado!), respirar o ar de um Portugal que já é muito diferente deste daqui. Mesmo numa cidade universitária, a severidade das gentes é muito maior do que aqui em baixo. Será porque, por aqui, somos mouros, como ouvi alguém dizer na feira de velharias? Tenho um sentimento duplo perante a cidade. Por um lado, como estudei em Lisboa, sinto o mundo universitário de Coimbra como estranho, provinciano e acanhado; por outro, gosto imenso da cidade, da forma como se organiza, das gentes com que me cruzo na rua. E gosto de tal forma que, de cidade provinciana que o meu preconceito me segreda, a vejo transformada numa espécie de cidade estrangeira, talvez uma cidade do norte de Espanha ou do sul de França. A cidade está belíssima.

Para completar o prazer, a visita obrigatória a “A Taberna” (Rua dos Combatentes da Grande Guerra – 86). Desde o pão às sobremesas, tudo é de excelente qualidade. Tem um serviço eficiente, simpático e discreto, a cozinha está à vista, o forno de lenha é um verdadeiro trunfo. Sempre que por lá passei senti-me compensado. Ontem, não foi excepção. São múltiplos os pratos da cozinha tradicional (ontem, optei por uma excelente posta de Trás-os-Montes, na brasa), por norma servidos com uma multiplicidade de acompanhamentos, apresentados individualmente, batata a murro, batatinha assada, pimentos e cebolinha assadas, grelos e arroz, tudo de excelente qualidade. Para mais informação ver, por exemplo, aqui. E assim fica uma pessoa ainda mais reconfortada com a cidade de Coimbra.

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