O caso da fruta
A forma como a esfera pública está a receber o arquivamento do processo contra Pinto da Costa, referente ao jogo Estrela da Amadora – F. C. do Porto, revela a situação perigosa em que vive a justiça em Portugal. O problema não se centra nem no despacho de arquivamento do juiz do Porto nem no recurso que o Ministério Público entende ir apresentar. A questão está na leitura que a opinião publicada, e também a opinião pública, fazem dos acontecimentos. Ninguém vê na acção dos diversos actores no processo a independência requerida. Dito de outra maneira: ninguém acredita na justiça a não ser naquela que serve os seus interesses privados ou as suas paixões clubistas. Que o mundo dos tribunais tenha deixado criar esta imagem revela muito bem o grau de degradação a que se chegou. O caso da fruta é, no entanto, apenas mais um que queima em lume mais ou menos brando a instituição que deveria, pela sua independência inequívoca, ser o garante da paz pública.
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