Ryuichi Sakamoto - Rain (live)
Assim começou o ano, a chover. Mau prenúncio? Já não há quem saiba ler os elementos, o voo dos pássaros, as entranhas dos animais. Trocou-se tudo isso pela estatística e pela tibieza do cálculo de probabilidades. Comecemos, então, com a música de Sakamoto. Não se começará completamente mal...
1 comentário:
Também não acho muito simpático começar o ano com um dia tão tristonho, mas é muito bom entrar no A VER O MUNDO e ser recebida com uma peça tão bonita. É uma das mais ouvidas cá em casa.
Espero, realmente, que esta chuva não seja um mau prenúncio... Por ironia, ontem, por cá, o céu estava tão carregado e o nevoeiro tão cerrado que não foi possível ver o fogo de artifício. Apenas se ouviram uns estrondos medonhos e se viram uns vagos clarões de cor deslavada. Pareceia mais um cenário apocalíptico do que uma noite de festa. Não sabia, mas ontem pude constatar que não há nada mais triste do que um fogo de artifício que, afinal, não o é...
Ontem, não vi um espectáculo de pirotecnia, mas, infelizmente, creio ter visto na imensidão celeste uma metáfora do que é este país: algo que podia ser grande e luminoso, mas não é; algo asfixiado por um espesso nevoeiro que não permite que a luz, a cor e a alegria se expandam... Porque em Portugal, a luz é cada vez mais o privilégio de alguns.
Espero daqui a um ano poder dizer que fui/sou demasiado pessimista. Entretanto, vou ouvir de novo Sakamoto para me animar. :)
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