Mais tarde
Edward Hopper - Autovía con cuatro carriles
Mais tarde,
quando o Verão chegar,
grávido de metáforas fúteis,
deixem-me os olhos a pairar
sobre a estrada vazia,
cansados de cores e palavras inúteis.
Mais tarde,
passado já o Outono,
se Inverno ainda tiver,
deixem-me a alma ao abandono;
tão frágil e tão fria,
nem um deus a há-de querer.
Mais tarde,
depois do tempo acabar
e negro for o paul,
deixem-me a voz a murmurar
à luz velada da invernia
ou nas planícies viradas ao sul.
quando o Verão chegar,
grávido de metáforas fúteis,
deixem-me os olhos a pairar
sobre a estrada vazia,
cansados de cores e palavras inúteis.
Mais tarde,
passado já o Outono,
se Inverno ainda tiver,
deixem-me a alma ao abandono;
tão frágil e tão fria,
nem um deus a há-de querer.
Mais tarde,
depois do tempo acabar
e negro for o paul,
deixem-me a voz a murmurar
à luz velada da invernia
ou nas planícies viradas ao sul.
1 comentário:
Que lindo poema, JCM! Versos de uma admirável beleza trágica, como as obras de Hopper de que tanto gosto.
São assim os seus poemas: feitos de imagens poderosas e belas como as de certos quadros que nos enchem os olhos e a alma, imagens que ficam em nós e misteriosamente sentimos como nossas...
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