Fazer voz grossa
Sócrates, o grande timoneiro que Deus, em desespero de causa, nos deu, disse que não gostou de ver deputados do PS a votar a moção de suspensão da avaliação de professores, uma iniciativa do CDS-PP. Eu percebo perfeitamente o seu desgosto. Com que direito há deputados que, em vez de fazerem o que o feitor lhes manda, são homens independentes, homens que agem em conformidade com as suas convicções e a sua consciência? Isso é inaceitável, e o mordomo deve pôr, de imediato, o pessoal menor na ordem. Quem lhes disse que o parlamento é o lugar do pensamento livre e autónomo?
Por mais que o tempo passe, o paternalismo do dr. Salazar não abandona os nossos candidatos a regentes. Falta-lhes, claro, o talento do homem de Santa Comba. Queira-se ou não, fazer um curso na Universidade de Coimbra não é a mesma coisa do que tirá-lo na Independente. Mas isso são pormenores, o importante é engrossar a voz. Já agora, não era Salazar que desprezava o parlamentarismo?
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