A SEDES, na sua imensa sabedoria, descobriu que o governo já só governa para as eleições. As belíssimas reformas que encetou com tanto vigor estão a perder o viço e esmorece o nobre espírito reformista, choraminga a reflexiva congregação. Como é que gente tão douta não sabe o elementar? Um político antes de ser reformista é político. Como tal o seu ethos é o da conquista e manutenção do poder (vão lá ler o Maquiavel na nova tradução do Diogo Pires Aurélio). Queria a SEDES que o governo governasse para perder as eleições? Só há uma solução para o problema que atormenta esta etérea gente: impossibilitar que qualquer governante exerça mais do que um mandato governativo. E mesmo assim ainda era preciso fazer mais não sei quantas restrições.
Escarnecido, abandonado, sofrer mil vezes no tempo. Nada ter, nada poder, nada ser, eis o meu esplendor. (Angelus Silesius, Cherubinisher Wandersmann, II, 244)
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