O caso Portas
O CDS é uma congregação curiosa. O seu presidente representa sempre um papel de homem inteligente e activo. Por exemplo, a última proposta, a do vale-medicamento para ajudar os pensionistas, por certo que colherá a condescendência dos destinatários e o sorriso de escárnio do governo. Portas julgou que com a ideia os outros pensariam que ele se estava a esforçar para captar uma franja de idosos para as suas políticas. A verdade, porém, é que ninguém acredita naquilo que o chefe do PP diz. Faça o que fizer, diga o que disser, ninguém o leva a sério. Há, no entanto, uma coisa em que lhe presto homenagem: Portas também não se leva a sério. Tudo o que faz ou diz é puro teatro em que o actor sabe que está a representar. Como outros políticos, Portas não faz a mínima ideia de como deveria governar o país. Diverte-se com pequenos fogachos. A plateia, o CDS-PP, aplaude enquanto sorri da maroteira e Portas não se desmancha na representação.
1 comentário:
Inteiramente de acordo.
Aliás, toda a Assembleia (ou quase) está transformada num imenso teatro (para não dizer "circo") cujos actores nos oferecem tristes e deprimentes espectáculos. Deviam ter vergonha e respeitar o mandato que receberam dos eleitores!
(Nunca esquecerei os comentários dos meus alunos de 9.º ano, depois de terem feito uma visita de estudo ao Parlamento, há cerca de dois meses. Os miúdos, que não são propriamente uns "santinhos", ficaram chocados com vários comportamentos que aí observaram.) Quanto ao conteúdo das intervenções, nem vale a pena falar.
Triste!
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