Um universo defeituoso

Um defeito e logo na origem do universo. A coisa começou mal e nunca mais há-de ter conserto. É o que faz mandar fazer tudo nas economias emergentes. Querem universos baratos? Então, toma, vêm com defeito. E um defeito daquele tamanho não há remendo que o tape. O que anda a fazer o pessoal do controlo de qualidade, são capazes de me explicar? E os gestores de topo e os médios e os de baixo servem para quê? Um defeito com aquele tamanho e o pessoal precisou deste tempo todo para o descobrir? Não me venham com histórias. Eu, se pudesse, despedia essa gente toda.
Mas a minha preocupação nasce de outra coisa. Que fazemos com este universo defeituoso? Devolvemos? Ainda está dentro da garantia ou os nossos homens da gestão deixaram-na caducar? Por causa dessa gente, sempre à procura de preços competitivos, sou obrigado a viver, desculpem a expressão, num universo de merda, com um buraco do caraças, ainda por cima frio, já viram, com o Inverno à porta e um buraco frio daquele tamanho no universo em que vivo. Imaginem as constipações e gripes que vou ter, eu e todos os outros. Ainda por cima este planeta nem uma porta traz.
Para acabar, gostava de protestar com o pessoal da ciência. Quando a coisa foi inventada prometeram-me, a mim e a todos os outros, que só servia para trazer felicidade ao homem e à mulher. Acham que uma notícia destas traz felicidade alguém? Um tipo, ainda por cima a viver numa zona sísmica, compra uma casa e descobre, passado anos, que aquilo tem um defeito de todo o tamanho nos alicerces… Felicidade? Não me lixem.
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