16/10/07

Adriano Correia de Oliveira



Quando, por volta de 1973, comecei a frequentar o Cine Clube de Torres Novas com o fito de jogar xadrez (joguei intérminas partidas com o Luís Paulo Costa, mas não só) acabei por descobrir a política e a música portuguesa de resistência à ditadura. Havia por lá um gravador e duas cassetes, julgo que eram apenas duas, dessa música que ouvi, e os que frequentavam o Cine Clube, muitas e muitas vezes. Zeca Afonso, Sérgio Godinho, José Mário Branco, Luís Cília, José Jorge Letria e Adriano Correia de Oliveira. Esta música, muito curiosamente, abriu-me para outras músicas, abriu-me para o jazz e para a música erudita. Como? Por ela própria já ser outra música, pelo facto de em muitas canções, nem todas, haver uma belíssima poesia e uma sonoridade a que não estava habituado. Essa música também me ajudou a fazer-me cidadão, mesmo que há muito a minha compreensão da música e da cidadania tenha abandonado a visão ingénua que, na altura, era a minha. Hoje que faz 25 anos que morreu Adrianao Correia de Oliveira coloco um vídeo proveniente do YouTube com uma das suas canções, talvez aquela de que mais gostei.

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