25/11/08

Um bocejo

Ando cada vez com menos paciência. Até para estes escândalos, como é o caso do BPN. Depois, há em tudo isto um pequenez insuportável. Desde a guerra entre Cadilhe e Constâncio ao comunicado do Presidente, às acções de Dias Loureiro, tudo isto parece uma telenovela sul-americana da pior extracção. Se nós quisermos perceber a miséria atávica de Portugal, não é preciso ir à procura dos pobres, dos desempregados e dos sem-abrigo. Basta olhar para o esplendor da elite política do cavaquismo. Mas não se pense que o problema é só dessa gente. Chegará em breve a vez do espectáculo dos actuais socratistas. A coisa já nem provoca dor de alma; quanto muito, um bocejo.

1 comentário:

maria correia disse...

Creio que o melhor é não ligar a esses assuntos...sabe, há tanta coisa interessante para falar...por exemplo, a poesia de Holderlin, o espírito ocidental versus o oriental, o messianismo, o sebastianismo, o ultimo filme de Scorsese, a quase morte do cinema francês, as nove sinfonias de Beethoven...e por que razão há quase sempre nove ou dez sinfonias? O ciclo da Wintereise, Almodovar versus Oliveira, as mil e maneiras de fazer bacalhau, as praias desertas, o vinho Dão, o Rainer Maria Rilke e as suas Cartas a Um Jovem Poeta, os castelos na Escócia, a série sobre Henrique VIII, Lutero, o espírito da Nova Era, o regresso a Camelot com Obama, talvez sim talvez não, Pablo Casals, Byron e a sua estada em Sintra...os portugueses, a saudade e o saudosismo...Teixeira de Pascoaes, a literatura inglesa versus a francesa...Adriano e Pax Romana...MIchel Foucault e o Pêndulo...os maçons e a sua influência no mundo com teoria da conspiração e tudo...Marte e o universo que é finito ou infinito, o entreleçamento quântico, Newton e a alquimia, ROger Vadim e Bardot, o último tema dos U2, a epopeia de Gilgamesh, a origem das universidades, Shaekespeare e a percepção de Hamlet sobre a imperfeição do Reino da Dinamarca, qual a melhor tradução do Ulisses, Branquinho da Fonseca e o Barão, o herói byronico, o Romantismo ou a queda do muro e a influência disso nos filmes de Bond, James Bond, e o martini...on the rock's d euma falésia perdida no norte de Portugal. Pronto, tudo isto é infinitamente mais interessante do que pensar e discutir a crise, o horror do capitalismo selvagem, o BPN e o caso da pedofilia, o que é que o McCain irá fazer, e o Sócrates e o senhor Sarkozy...a leitura de A MOntanha Mágica, por exemplo, trouxe-me muito mais prazer e sabedoria à vida (li-o três vezes) do que a política de qualquer presidente português português. Aliás, estou quase a tornar-me monárquica...D. Dinis foi um belíssimo rei, e poeta ainda por cima. E o D. Duarte é muito boa pessoa...