
O Presidente da República fez-me lembrar o seleccionador Queiroz. Este, depois de levar seis do Brasil, veio dizer que estava ele e estavam os jogadores todos muito
frustrados. Com esta palavra, Queiroz disse que aquilo não era um problema futebolístico, mas meramente psicológico, uma frustração. Também o estimável Presidente da República tem
pena que o seu apelo à serenidade nas escolas não tenha resultado. Formado na mesma escola do
seleccionador Queiroz, o Presidente remete o acontecimento político para a esfera do sentimento: foi uma pena. Com isto, também, Cavaco Silva
sacode a água do capote. Mas ele deu
cobertura a todas as malevolências que o governo se lembrou de fazer aos professores, desde o totalitário Estatuto da Carreira Docente até ao
supinamente iníquo concurso para professor titular. Assistiu, impávido, sereno e cooperante, aos delírios burocráticos da senhora ministra e dos seus ajudantes. Agora que as escolas estão num caos vem, quase como Pilatos, lavar as mãos, mas cheio de pena. Não são os professores os responsáveis pelo que se está a passar. Há responsáveis e eles têm nome. Também aí figura o de Cavaco Silva, não só por cooperação com uma das partes, mas também por omissão.
1 comentário:
Absoluta razão: quer um quer o outro demonstram não encarar as matérias da sua área de competência na mais correcta perspectiva.
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