27/11/08

Fé na ciência

A ciência é, à partida, uma construção racional. O curioso, porém, é que ela não consegue desligar-se do proselitismo religioso e da necessidade de cultuar os seus santos mártires, e, entre estes, o mais elevado, Galileu Galilei. Aqui, em pleno acto litúrgico, 35 investigadores lêem "Poema para Galileo".

3 comentários:

maria correia disse...

eppur si muove!

José Ricardo Costa disse...

Provavelmente, a ciência terá emoções que a fé desconhece...

JR

José Ricardo Costa disse...

Os cientistas inventam sistemas, os filósofos reorganizam a realidade dentro de padrões artificiais, fecham os olhos à realidade e constroem castelos no ar. "Quando te são propostos data, porque precisas de ficta?" Os sistemas não passam de meras prisões do espírito e levam não só a distorções no domínio do conhecimento, mas também à criação de monstruosas máquinas burocráticas, construídas de acordo com regras que ignoram a abundante diversidade do mundo vivo, as vidas interiores, desordenadas e assimétricas, dos homens, e as submetem a uma certa conformidade em nome de uma quimera ideológica que não tem nada a ver com a união do espírito e da carne que constitui o mundo real. " O que é essa tão elogiada razão com as suas pretensões presumidas de universalidade e infalibilidade, de certeza e de auto-evidência senão um ens rationis, um manequim empalhado que a superstição medonha da insensatez dotou de atributos divinos?"

I. Berlin, O Contra-Iluminismo, in A Apoteose da Vontade Romântica (referindo-se a J.G. Hamann)