14/11/08

A serenidade de Cavaco

O Presidente da República apelou hoje à serenidade dos protagonistas e ao desanuviamento do clima que se vive nas escolas. Fez bem. Mas teria sido interessante que o Presidente da República tivesse evitado este clima. Ele promulgou toda a legislação que visava humilhar, desacreditar e destruir os professores da escola pública portuguesa. É preciso não esquecer o papel de Cavaco no processo e o apoio directo ou indirecto dado à ministra da Educação. Agora que a política educativa começa a mostrar os seus frutos, Cavaco apela à serenidade. É pena que se tivesse esquecido dessa mesma serenidade quando o Ministério da Educação espezinhava os professores portugueses, como se estes fossem cidadãos de segunda ordem. Quem semeou os ventos, agora colhe as tempestades. E Cavaco Silva está muito longe de ter as mãos limpas, no mais tenebroso processo de perseguição a um grupo profissional de que há memória.

1 comentário:

maria correia disse...

Mas o que não pode haver mesmo é serenidade. DEveria haver manifestações em massa e greves dia sim dia não até a ministra e o seu programa caírem. Já ouvi estudantes dizerem que deveriam era chumbar TODOS o ano, para que o ME caísse e frustrar todo o modelo. São os alunos que dizem isto...Teria a sua piada e seria com certeza eficaz: os alunos recusarem-se todos a passar de ano, faltando às aulas e manifestando-se a favor de uma clásula da Constituição que diz que o ensino deve ser «progressivamente gratuito»: O xalá este grupo profissional humilhado saiba mostrar à nação que, quando se quer, quando existe união,os ditadores acabam por ser derrotados. Força! Há muitas camadas da população que estão solidárias. Há muita gente da inteligentsia nacional que está solidária. Eu sou uma humilde cidadã que está solidária. Vá, vamos lá acreditar que é possível mudar as coisas. (Hoje etsou bem disposta).