02/10/09

Cooperação institucional - II


Estariam os jornalistas à espera que os protagonistas, Sócrates e Cavaco, dissessem outra coisa? Cada um, depois da fase mais intensa do jogo, devido ao magno problema das escutas (não é ironia, porque há ali, seja o que for que haja, qualquer coisa muito desagradável), volta àquele estado em que o silêncio ajuda a compreender não apenas como as peças estão distribuídas no tabuleiro, mas também o desenvolvimento possível dos lances futuros. As interpretações das partes são diferentes. Sócrates acha que ganhou um Bispo. Cavaco, porém, estará convencido de que apenas sacrificou o Bispo para evitar perder a Dama ou para alcançar ganhos em próximos lances. Armados destas interpretações, os jogadores concentram-se nas jogadas a vir, um pensando como recuperar e o outro como solidificar a vantagem. E os interesses do país? Esses são como o tabuleiro do Xadrez, sem ele não há jogo, embora ninguém jogue por amor ao tabuleiro.

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