21/10/09

Senhor do destino


Manhã destinada a leituras várias. Estou há quase uma hora a ser bombardeado pelo legítimo desejo de um vizinho destruir e reconstruir a sua casa. Um bombardeamento contínuo de marteladas cai sobre mim, imobiliza-me, macera-me a cabeça, frita-me o cérebro em azeite bem quente. Parece que estou a trabalhar há 20 horas. Durante uns segundos o bombardeamento parou, mas retornou logo. Tento perceber o ritmo, perscrutar a variação da intensidade, encontrar um qualquer sinal que me anuncie o fim do tormento. Nada. Aquela ideia de que os homens são senhores do destino faz-me sorrir. Uma manhã já perdida, e ainda não são dez horas, e uma dor de cabeça ganha.

Sem comentários: