Formação científica
O professor Jaime Carvalho e Silva, futuro secretário-geral da Comissão Internacional de Instrução Matemática, defendeu a necessidade do país investir mais na formação de professores de Matemática e de ampliar as horas de ensino da disciplina nos currículos. O mais importante daquilo que disse, mas provavelmente será aquilo que vai ser rapidamente posto de lado, refere-se, todavia, à necessidade de formação científica: “Além da língua, há uma cultura comum e problemas associados a essa cultura, como o de se considerar que a formação científica não é importante e que conseguimos improvisar o que será necessário”.
Aqui está um dos problemas cruciais do ensino em Portugal. São poucos aqueles que acham necessária uma maior e mais efectiva formação científica dos docentes. Isto começa no Ministério da Educação e acaba nos próprios professores. Mas a verdade é que o que acontece é o improviso a partir do manual. Os responsáveis julgam que o problema é pedagógico, mas não é. É um problema de domínio científico. Quem não conhece com profundidade as matérias que ensina, e muito para além delas, não tem material para dar conteúdo à imaginação didáctica que deve presidir ao trabalho docente. Mas explicar isto é uma tarefa inglória e destituída de sentido.
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