13/10/09

Impressões - XI


Pierre-August Renoir, Banks of the Seine at Champrosay (1876)

aceitamos o tempo como oferenda
e não vemos a garra erguida
na água que corre
nem sabemos a cor que terá
ao perder-se no estuário

às vezes tomamos uma ponte
e pensamos que nos furtámos
ao fascínio do rio
mas as margens não são habitação
e logo nos devolvem à viagem

1 comentário:

maria correia disse...

Uma das coisas que aprecio neste ciclo é a fluidez com que as frases se encadeiam para construir uma imagem ou impressão. Naturalidade, como um rio qye corre e, neste caso, a naturalidade do espírito viandante (Wanderer) de quem nunca se detém na margem...