09/11/09

Impressões - XXXVI


Pierre-Albert Marquet, Tempête en Mer (1899)

como um incêndio no mar
o sopro do vento
abre uma pústula de fogo
nas mãos dos remadores

cantam a areia frágil
onde a vida escreve
numa folha de água
a esperança desmedida

1 comentário:

maria correia disse...

...apenas um comentário, não ao poema, mas aos quadros que escolhe como «leitmotiv»...são quase todos de um deslumbramento intimista que seria imperdoável não chamar aqui à atenção!Uau! Embora, em relação a este poema, aliás muito bom, talvez um dos quadros de Turner sobre «mares incendiados» se adequasse mais, enfim, recordei-me logo de uma das imagens mais belas de Turner, um quadro em que há um velho navio que está a ser queimado no mar, creio..creio chamar-se «a última viagem de...» Turner é para mim o mestre absoluto na pintura de mares tempestuosos, incendiados ou sombrios.