A confiscação
Por vezes há, mesmo entre pessoas sempre prontas para gritar contra o cristianismo, uma estranha tolerância, para não dizer uma não dissimulada simpatia, com certas causas muçulmanas. Ainda ontem, por exemplo, ouvi a um especialista brasileiro em Michel Foucault a referência à simpatia com que o pensador francês olhava os jovens oposicionistas do Xá da Pérsia, tendo apenas posteriormente percebido o que se escondia por trás daquela militância. Esta notícia é das mais extraordinárias, entre as extraordinárias que o Irão sempre está disposto a proporcionar. Para além de outras tropelias bem mais graves, o regime de Teerão confiscou, à activista dos direitos humanos, Shirin Ebadi, a medalha e o diploma recebidos quando foi premiada com o Nobel da Paz em 2003. Os objectos foram retirados de um cofre pessoal num banco em Teerão há cerca de três semanas. É o que se chama descer ao pormenor.
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