28/11/09

Desporto e virtude


Não sei se aquela retórica, que ribombava no meu tempo ao anunciar o desporto como escola de virtudes, ainda está em vigor. Provavelmente, mas claramente fora do prazo de validade. A máfia das apostas, segundo a justiça alemã, conseguiu perverter os resultados de competições desportivas em 17 países. Um dia, as pessoas decentes proibirão os filhos de pronunciar a palavra desporto. Quantos filmes não foram feitos sobre a perversão das corridas de cavalos? Agora começamos a suspeitar que não há jogo, seja de que modalidade for, que não faça parte de uma enorme rede e que qualquer resultado é fruto não do mérito, mas do embuste? Mas quando se acha que tudo é mercadoria e que o desporto é uma indústria, o que se pode esperar que aconteça? Mas o pior é que a suspeita não fica por aqui. A suspeita cresce desmesurada até à pergunta ingénua sobre quanto na economia real não é já fruto da mão invisível das máfias.

1 comentário:

maria correia disse...

O problema é precisamente esse: não só o desporto, mas tudo se tornou uma indústria e ainda por cima sem controlo de qualidade. Educação, cinema,o mundo editorial, a política, a medicina. Com muito poucos redutos de honestidade. Dá vontade de desertar e já não estou muito longe disso.