13/10/08

Salvar o quê e a quem?

Há uma coisa que me atormenta no meio destas medidas todas para fazer face à crise financeira global, seja o dinheiro disponibilizado por Sócrates, sejam os acordos europeus, seja a política de Bush: o que visa todo esse dinheiro salvar? Por vezes sou assaltado pela dúvida, eu que nada sei de feitiçaria económica, de que esse dinheiro se destina a manter o status quo e a premiar aqueles que conduziram as finanças mundiais ao colapso onde se encontram, à custa da economia produtiva e do rendimento dos mais fracos. Mas eu, repito, não sou feiticeiro. Desconfio que não são só os loucos e os políticos que são inimputáveis.

1 comentário:

maria correia disse...

Também não sou feiticeira, mas creio, firmemente, apesar dos protestos todos dos quatro grandes da banca portuguesa, no programa Prós e Contras de ontem, em afirmarem a pés juntos que os 20 milhões de euros,cá, e os outros milhões todos, na UE, são para salvar a ECONOMIA e as FAMÍLIAS, acredito firmemente que esse dinheiro, dos famigerados contribuintes, será para salvar sim, as famílias «deles», e a «economia» «deles», tendo eles jogado com o dinheiro desses mesmos contribuintes para pagar salários principescos e bónus ainda mais principescos a gestores «altamente qualificados» e n relaização de negociatas impensáveis que levaram o sistema financeiro ao caos em que está. Mais uma vez, um dos entrevistados de Fátima Campos Ferreira, utilizou, ontem à noite, a terminologia dos desastres naturais: «o que se está a passar é a «perfect storm»», linguagem mais que conhecida do neoliberalismo que tenta impingir ao comum dos mortais que o «mercado» é algo de «natural», onde ocorrem «tempestades» sem que o homem tenha culpa quase alguma do sucecedido. Fátima Campos Ferreira ainda insistiu em como seriam julgados os responsáveis. As respostas, evasivas, lembram-nos que não haverá responsáveis julgados ou condenados. Por uma razão simples: Têm muito dinheiro. A entrevistadora ainda tentou que lhe explicassem se haveria algumas benesses ou alívios para os contribuintes e para os depositantes, apertados com dívidas, já que é o dinheiro deles que vai pagar a crise da banca...Mais uma vez, as respostas foram evasivas...Acho que vou passar a levantar todo o dinheiro do banco, sempre que receber. Serei eu a geri-lo e nem sequer terei de pagar as taxas do multibanco...