O silêncio da terra sombria – 8.
Terra sem frutos, caminhos de poeira
entre campos, cabras amotinadas
pelos dedos caídos pela véspera.
Mundo sem sol,
dedilhado sobre a trave, perfeito,
um fósforo aceso no recanto do chão.
Corto por uma rua estreita,
iluminada de parreiras,
sacos de plástico pelas janelas…
Abrem-se então linhas no granito
ou escamas no ombro descaído,
talvez uma rosa no tecido rasurado e
fresco como o hálito da primavera.
[Jorge Carreira Maia, O Silêncio da Terra Sombria, 1993]
Sem comentários:
Enviar um comentário