01/03/08

O silêncio da terra sombria – 8.

Terra sem frutos, caminhos de poeira
entre campos, cabras amotinadas
pelos dedos caídos pela véspera.

Mundo sem sol,
dedilhado sobre a trave, perfeito,
um fósforo aceso no recanto do chão.

Corto por uma rua estreita,
iluminada de parreiras,
sacos de plástico pelas janelas…

Abrem-se então linhas no granito
ou escamas no ombro descaído,
talvez uma rosa no tecido rasurado e
fresco como o hálito da primavera.

[Jorge Carreira Maia, O Silêncio da Terra Sombria, 1993]

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