A professora de francês
Terrível é a fragilidade dos homens. Este é o primeiro comentário que faço ao vídeo que corre pela Internet (pode ser consultado no Público ou no Expresso) e onde se vê o massacre de uma professora de Francês, de uma escola secundária do Porto. A disputa corre em torno de um telemóvel. Li muitos comentários. No Público, no Expresso, em blogues. Há comentários de apoio à professora. Há comentários de reprovação à sua conduta. Mas o essencial não está nesses comentários. O que é o essencial?
Que coisa é uma escola para que os alunos se sintam legitimados a ter estes comportamentos? O caso desta professora não é único, nem tão pouco é raro. Estes casos, os que se vêem e os que não se vêem, são o sintoma de uma doença larvar que, já existindo há muito, talvez desde que há escola pública, as políticas educativas têm vindo a acentuar. Há muito que os vários ministérios da educação se têm entretido a enfraquecer a posição dos professores. Em vez de dar ordens claras e distintas às direcções escolares para exigir e manter, com empenho dos dirigentes escolares, uma disciplina que permita o normal funcionamento das aulas, a tutela, nas suas várias encarnações, tem vindo a construir um emaranhado de «direitos» e de «defesas» dos alunos, que lhes tem permitido fazer quase tudo nas escolas, menos estudar.
A escola pública portuguesa está doente, muito doente. Mas a doença não reside onde julga a actual equipa ministerial. A doença reside na cultura bastarda que vem da sociedade e que é absorvida pelos alunos e propagada pelas medidas ministeriais. Introduzir as famílias e a comunidade na escola não vai evitar acontecimentos como estes. Pelo contrário, vai multiplicá-los.
Uma escola decente tem de funcionar mesmo com professores frágeis fisicamente. Não pode ser critério para admissão como professor possuir carisma e poder físico para enfrentar os alunos. Pelo contrário, se um professor for científica e tecnicamente bom, tem o direito a ensinar. Para que ele o possa fazer é que existe um Ministério da Educação e uma direcção escolar. Sempre que um professor, devido à sua natureza física, é impedido de leccionar por este tipo de comportamentos, então o Ministério da Educação e a direcção da escola estão a falhar na sua missão. A sala de aula é um espaço público de formação. A ordem deve ser o normal e aquilo que qualquer aluno deve esperar encontrar. Se o professor é frágil, cabe à direcção escolar dar-lhe o apoio necessário e criar, na escola que dirige, o ambiente para que estas coisas não se passem. Mas a direcção escolar só o fará se sentir que é isso o que o Ministério da Educação quer. Mas será isso que ele quer? Terrível é a fragilidade dos homens.
Que coisa é uma escola para que os alunos se sintam legitimados a ter estes comportamentos? O caso desta professora não é único, nem tão pouco é raro. Estes casos, os que se vêem e os que não se vêem, são o sintoma de uma doença larvar que, já existindo há muito, talvez desde que há escola pública, as políticas educativas têm vindo a acentuar. Há muito que os vários ministérios da educação se têm entretido a enfraquecer a posição dos professores. Em vez de dar ordens claras e distintas às direcções escolares para exigir e manter, com empenho dos dirigentes escolares, uma disciplina que permita o normal funcionamento das aulas, a tutela, nas suas várias encarnações, tem vindo a construir um emaranhado de «direitos» e de «defesas» dos alunos, que lhes tem permitido fazer quase tudo nas escolas, menos estudar.
A escola pública portuguesa está doente, muito doente. Mas a doença não reside onde julga a actual equipa ministerial. A doença reside na cultura bastarda que vem da sociedade e que é absorvida pelos alunos e propagada pelas medidas ministeriais. Introduzir as famílias e a comunidade na escola não vai evitar acontecimentos como estes. Pelo contrário, vai multiplicá-los.
Uma escola decente tem de funcionar mesmo com professores frágeis fisicamente. Não pode ser critério para admissão como professor possuir carisma e poder físico para enfrentar os alunos. Pelo contrário, se um professor for científica e tecnicamente bom, tem o direito a ensinar. Para que ele o possa fazer é que existe um Ministério da Educação e uma direcção escolar. Sempre que um professor, devido à sua natureza física, é impedido de leccionar por este tipo de comportamentos, então o Ministério da Educação e a direcção da escola estão a falhar na sua missão. A sala de aula é um espaço público de formação. A ordem deve ser o normal e aquilo que qualquer aluno deve esperar encontrar. Se o professor é frágil, cabe à direcção escolar dar-lhe o apoio necessário e criar, na escola que dirige, o ambiente para que estas coisas não se passem. Mas a direcção escolar só o fará se sentir que é isso o que o Ministério da Educação quer. Mas será isso que ele quer? Terrível é a fragilidade dos homens.
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