Papel que se rasga - 10. Esperam os corpos
Esperam os corpos
o combate sobre a
branca relva da aurora
e logo vem uma sombra
de rosas a erguer-se na lava
que do coração flui.
Ali florescem planetas,
um caos suado
preso às embarcações
frágeis da primavera.
Se ao centro acrescento
a quietação da manhã,
tudo nos corpos se ordena:
a respiração,
o pulso que bate,
as velas desfraldadas
ou as ruas onde
moribundos
flutuam os astros.
[JCM. Papel que se rasga. 1978]
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