07/02/08

A islamização de Inglaterra

É assim, de concessão em concessão, que se arranja um problema insolúvel. Diz o arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, primaz da Igreja Anglicana no Reino Unido, que a parece inevitável a introdução no país de alguns aspectos da ‘sharia’ (lei corânica). A finalidade seria, na óptica do arcebispo, a coesão social. O responsável da Igreja Anglicana, segundo o Diário Digital, afirma mesmo que «não creio que tenhamos de chegar à conclusão de que todo esse corpo de jurisprudência e prática seja monstruosamente incompatível com os direitos humanos só porque à partida não se ajusta ao como nós os entendemos».

Há em tudo isto algo de monstruoso. Na terra de John Locke, na terra do pensador que propôs a separação entre a religião e a lei civil como princípio fundamental de tolerância, surge agora, em nome de uma suposta tolerância, um apelo para que a lei civil faça concessões à lei corânica. Nem vale a pena imaginar o que aconteceria se o Papa se lembrasse de pedir umas concessões, leves que fossem, das leis civis europeias a aspectos doutrinários da Igreja Católica. Vemos morrer todos os dias os aspectos centrais da nossa cultura às mãos dos nossos próprios preconceitos. Vemos morrer todos os dias os valores centrais do Ocidente, entre eles a liberdade. Não é um dos imãs radicais do londonistão que aspira a ver flutuar a bandeira do crescente no n.º 10 de Downing Street? Já faltou mais.

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