Papel que se rasga - 5. Se maio chegava
Se maio chegava
a memória inscrevia,
na seca noite,
as tarde perdidas
pela branca pedra
que cobre o chão.
O mundo são cidades de palavras,
o mármore quebrado,
luzes precárias em tuas mãos.
Depois, escolhias os dias,
as pétalas de veludo,
os pássaros que caíam
em teu rosto
e tudo crescia
como árvores na primavera:
uma súbita saudade do céu
e um ardor ao esquecer a terra.
[JCM. Papel que se rasga. 1978]
Sem comentários:
Enviar um comentário