Um mastro de cem metros
De uma coisa podemos estar certos, a criatividade dos presidentes de câmara é um bem inesgotável. No A Origem das Espécies descubro a história, aliás de contornos absolutamente psicanalíticos, do presidente da câmara de Paredes. Anda desejoso de construir um mastro para hastear a bandeira da pátria, presume-se. Até aqui a narrativa é compreensível. Onde não se consegue acompanhar o raciocínio do genial pastor do povo de Paredes (não se pense que esta referência é brejeira e ao gosto popular. Deriva, pelo contrário, da mais clássica das literaturas, da Ilíada de Homero, onde os reis helenos, e acima de todos eles o poderoso Agamémnon, são apodados, a cada momento, de pastores de povos) é na altura e preço da coisa. Cem metros e um milhão de euros. Que sonhos, para além da entrada garantida no Guiness, ou pesadelos atormentarão este nosso eleito autárquico? Talvez não falte por aí gente que gostasse de ter um mastro de cem metros.
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