O livro do entardecer 7 - soneto
de que vale a vida
se o perigo não espreitar na clareira
e a floresta for apenas um mar
de palavras secas e exaustas
poucas foram as coisas que amei
uma casa branca a vertigem ante o abismo
o galope das horas na torre da igreja
a promessa de neve nunca cumprida
amei-as no terror que traziam
ou no segredo que crescia
mal o jardineiro as podava para mim –
cortava imagens limpava visões
gritava contra a glória da manhã –
até florescerem na primavera
Sem comentários:
Enviar um comentário