Cavaco e o TGV
Pequena é a memória dos homens, ou a sua capacidade para interpretar os factos. O TGV está para José Sócrates como as auto-estradas estiveram para Cavaco Silva primeiro-ministro. Na altura, muitas foram as vozes que se levantaram contra a política do alcatrão, salientando que ela não representaria uma aposta no futuro, mas serviria apenas para alimentar um país fundado na mão-de-obra barata. Cavaco, porém, não hesitou e fez o que pôde em matéria de vias rodoviárias. Agora, quando os socialistas apostam em obras como o TGV ou o aeroporto, Cavaco acha que iniciativas dos jovens em matéria de inovação são mais importantes que o TGV. Como a quase totalidade dos portugueses, não faço a mínima ideia se a construção do TGV é uma boa solução para a economia do país ou não. Pela complexidade das variáveis em jogo, tenho dúvidas, inclusive, que alguém o saiba, efectivamente. O que julgo, todavia, interessante é esta nova posição de Cavaco. Mas se ele governasse, qual seria a sua opção? Alguém duvida?
4 comentários:
Eu conheço este político, nunca gostei dele. É o mesmo que enviava de volta para Bruxelas milhões para o combate à pobreza. O mesmo que elevou de uma assentada as propinas universitárias em mais de 1000%. O mesmo que tem depósitos a prazo em bancos de vigaristas que rendem mais de 100% de juros. O mesmo que não tem cultura humanista suficiente para falar em "criatividade dos jovens". Não perdeu a maneira retorcida de fazer política, rasteiro, venenoso, provocando desequilíbrio onde é precisa unidade. O pior presidente que já tivemos, oxalá saia já ao fim do primeiro mandato.
É muito difícil responder uma pessoa sem rosto nem nome – anónimo, entende-se!
Não gostar de uma pessoa, principalmente quando se trata de um político, é a coisa mais natural do mundo. Por isso não vamos comentar os teus gostos sr. anónimo.
No entanto, seria muito bom saber separar os teus gostos com as medidas políticas dum governante. Porque os primeiros só referem a si, e certamente já mudou de gostos muitas vezes, certo? As segundas dizem respeito a toda gente, por isso merecem uma outra consideração.
Como aluno do 2.º ano, fui gravemente afectado pelo aumento de propinas que referiu. De cerca de 3 mil escudos, passei a pagar 80 mil, porque este valor foi calculado baseado na minha declaração de IRS do ano anterior. Pior foi, quando fui pedir apoio na Acção Social da minha da minha Universidade – a NOVA - no ano seguinte, porque já não estava a trabalhar, por incompatibilidade dos horários, a resposta foi NÃO, porque a Acção Social era só para os nacionais!
Não disse nada, mas os meus colegas em solidariedade comigo protestaram com a seguinte frase: para pagar a propina não distinção entre nacionais e estrangeiros, mas para beneficiar da AS é só para os nacionais?
Depois deste manifesto de solidariedade dos colegas, não deixaram de “cair” em cima com palavra “bem feito”, por ter sido um dos poucos alunos que concordavam com a medida.
Apesar de ter sofrido com a medida, não é por isso que devemos deixar de apoiar as medidas que vão beneficiar com a maioria.
O que os aniversários da medida na altura e o sr. Anónimo agora não dizem é, que o valor da propina não era actualizado de 1968!
Se fizer o favor de perder uns minutos e calcular a taxa de inflação desde 1968 até a data em que aquela medida foi introduzida, o resultado será muito superior aos 1000% que referiu no seu texto!
É muito difícil responder uma pessoa sem rosto nem nome – anónimo, entende-se!
Não gostar de uma pessoa, principalmente quando se trata de um político, é a coisa mais natural do mundo. Por isso não vamos comentar os teus gostos sr. anónimo.
No entanto, seria muito bom saber separar os teus gostos com as medidas políticas dum governante. Porque os primeiros só referem a si, e certamente já mudou de gostos muitas vezes, certo? As segundas dizem respeito a toda gente, por isso merecem uma outra consideração.
Como aluno do 2.º ano, fui gravemente afectado pelo aumento de propinas que referiu. De cerca de 3 mil escudos, passei a pagar 80 mil, porque este valor foi calculado baseado na minha declaração de IRS do ano anterior. Pior foi, quando fui pedir apoio na Acção Social da minha da minha Universidade – a NOVA - no ano seguinte, porque já não estava a trabalhar, por incompatibilidade dos horários, a resposta foi NÃO, porque a Acção Social era só para os nacionais!
Não disse nada, mas os meus colegas em solidariedade comigo protestaram com a seguinte frase: para pagar a propina não distinção entre nacionais e estrangeiros, mas para beneficiar da AS é só para os nacionais?
Depois deste manifesto de solidariedade dos colegas, não deixaram de “cair” em cima com palavra “bem feito”, por ter sido um dos poucos alunos que concordavam com a medida.
Apesar de ter sofrido com a medida, não é por isso que devemos deixar de apoiar as medidas que vão beneficiar com a maioria.
O que os aniversários da medida na altura e o sr. Anónimo agora não dizem é, que o valor da propina não era actualizado de 1968!
Se fizer o favor de perder uns minutos e calcular a taxa de inflação desde 1968 até a data em que aquela medida foi introduzida, o resultado será muito superior aos 1000% que referiu no seu texto!
Há uma coisa que gostava de sublinhar relativamente ao primeiro comentário e que só agora tenho tempo de o fazer. Se a minha discordância relativamente a muitas políticas do Prof. Cavaco Silva é grande, há uma coisa que não me merece qualquer dúvida, a sua absoluta integridade pessoal. E desse ponto de vista, ele é absolutamente exemplar e merece ser dado como exemplo. Uma coisa é a discordância política, nomeadamente a discordância estratégica, outra coisa é reconhecer que o Prof. Cavaco Silva representa uma mais-valia para para a vida política portuguesa. Gostemos ou não dele, as suas palavras merecem sempre atenção.
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