O livro do entardecer 4 - a tarde
entardece
carros passam na avenida
e ao longe avisto a noiva
que um dia abandonei no altar
traz um vestido branco – seda e organdi
na mão o ramo de flor de laranjeira
e uma sombra pela face anuncia
a noite que não chegará
olho as mãos vazias
de onde fugiu a noiva que esqueci
e tenho medo que a tarde acabe
e uma súbita presença de pedra
me abra a porta pela qual nunca saí
1 comentário:
Há um velho provérbio chinês que diz assim: "Antes de escrever um livro é preciso ler mil".
No caso dos poemas, é preciso ler primeiro 10 mil e rasgar 1 milhão.
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