25/07/07

Música às quartas - 10 Virgínia Rodrigues - Sol Negro

Para hoje uma voz extraordinária vinda do Brasil. A música popular brasileira, de múltiplos matizes, é um filão inesgotável de grandes vozes. Virgínia Rodrigues foi descoberta por Caetano Veloso que, numa entrevista dada em 1998, diz: “escutar uma canção na voz celestial que sai de um corpo roliço de uma robusta mulher negra comoveu-me muito. A sua voz transcende a distinção entre o erudito e o popular. Fiquei profundamente impressionado com o seu timbre único e a sua profunda sensibilidade.” De facto, a voz extraordinária, repito e sublinho, de Virgínia Rodrigues ultrapassa dicotomias e impõe-se criando um novo horizonte para a audição da música popular.

Há momentos como, por exemplo, a faixa Verónica do álbum de hoje – Sol Negro – em que a imaginação me conduz directamente de Virgínia Rodrigues para o contratenor René Jacobs, numa das interpretações do Stabat Mater, de Pergolesi, que mais gosto. O que mostra claramente que a cantora está para além dos géneros. Isto tem tanto mais significado quanto a infância de cantora, passada em S. Salvador, foi pobre e sem escolas de música erudita.

O CD Sol Negro data de 1997, é o CD de estreia, editado pela etiqueta Hannibal. Faixas: 1. Negrume da Noite; 2. Lua, Lua, Lua, Lua; 3. Adeus, Batucada; 4. Manha de Carnaval; 5. Verónica; 6. Noite de Temporal; 7. Terra Seca; 8. Nobreza; 9. Sol Negro; 10. Querubim; 11. Israfel.

A canção Sol Negro é de Caetano Veloso, e é cantada por Virgínia Rodrigues e Milton Nascimento.

O vídeo, proveniente do YouTube onde há muito pouco de Virgínia Rodrigues, junta-a com Naná Vasconcelos, numa interpretação de Canto de Xangô.


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