21/07/07

Eugénio de Andrade - VIII. Os Lábios

Na música que é tua,
meus lábios torrenciais
caem pesados, duros.
E nunca mais.

Despenham-se a prumo:
vidros ou punhais.
Arrastam-se ao fundo.
E nunca mais.

Eugénio de Andrade, Obscuro Domínio

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