03/12/07

Pobre Lisboa

O caso do município de Lisboa é um revelador de algumas idiossincrasias nacionais. Em primeiro lugar, a concepção, até agora sacrossanta e intocável, da eleição do poder local. O resultado é a trapalhice em que vive Lisboa. Uma Assembleia de uma cor e um executivo de outra. O mais extraordinário é que a queda do executivo não conduz a uma eleição para ambos os órgãos. Os que perderam para a Câmara têm agora a possibilidade de fingir que ganharam as eleições. Isto nada tem que ver com a cor dos partidos. Muito provavelmente, se a situação fosse ao contrário, estaríamos na mesma. O processo é que é irracional. Em segundo lugar, tanto na esfera política como na opinião pública, nota-se uma espécie de ódio revanchista contra a capital. Há um azedume claro que agora vem ao de cima e que já na questão do aeroporto tinha emergido. Há gente que, se pudesse, dava cabo da capital em três tempos. Pobre Lisboa.

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