A violência e o Estado
Num artigo dedicado à violência na noite do Porto, o Público foi ouvir Luís Fernandes, psicólogo especialista em comportamentos desviantes. O que é de sublinhar nas palavras do psicólogo é o facto de não se ter ficado por mera análise comportamental, mas ter percebido a clara raiz política do problema. Diz-nos que o que se está a passar é “um sinal de que, passados cerca de 250 anos de quando começaram a surgir tribunais no mundo ocidental, o Estado está a ter cada vez menos capacidade de regular os conflitos”, e acrescenta que se trata de um “sinal da crise do Estado”. Vai mais longe: “O Estado está a deixar de ser o garante da ordem colectiva que foi durante a época áurea da modernidade. Hoje, o que impera é a lógica privada, não é a estatal. Assistimos a um contexto de enfraquecimento do Estado pondo-se no seu lugar a sociedade privada”.
Para onde quer que nos viremos, o problema é sempre o mesmo: a retracção do Estado. A lógica liberal, ao transformar-se numa crença global de explicação da sociedade, começou a minar os fundamentos do Estado, fazendo uma enorme pressão para que ele abandonasse a cena e deixasse o espaço para os interesses privados. O grande problema é que o liberalismo político fundamenta-se numa ficção: o Estado resultaria de um contrato livre entre seres racionais. Historicamente, isso não passa de um devaneio da imaginação. Os Estados são a lenta evolução das comunidades humanas e constituíram-se como pólo de decisão dessas comunidades que querem permanecer comunidades. O que estamos a assistir é a um processo de aniquilamento não apenas dos estados, mas das próprias comunidades que suportam esses estados. O crescimento dos fenómenos de corrupção, a emergência de zonas sob as mãos de grupos criminosos, o aumento da violência da criminalidade, são outros tantos sintomas de um mal que está o corroer o Ocidente.
Se o liberalismo continuar a sua cavalgada nas sociedades ocidentais, o futuro destas será cada vez mais precário. O Estado será cada vez mais impotente para assegurar não apenas a coesão da comunidade nacional, como a própria segurança dos cidadãos. Como a História não pára, comunidades à deriva serão pura e simplesmente presa fácil de quem não vive segundo as ficções liberais.
Para onde quer que nos viremos, o problema é sempre o mesmo: a retracção do Estado. A lógica liberal, ao transformar-se numa crença global de explicação da sociedade, começou a minar os fundamentos do Estado, fazendo uma enorme pressão para que ele abandonasse a cena e deixasse o espaço para os interesses privados. O grande problema é que o liberalismo político fundamenta-se numa ficção: o Estado resultaria de um contrato livre entre seres racionais. Historicamente, isso não passa de um devaneio da imaginação. Os Estados são a lenta evolução das comunidades humanas e constituíram-se como pólo de decisão dessas comunidades que querem permanecer comunidades. O que estamos a assistir é a um processo de aniquilamento não apenas dos estados, mas das próprias comunidades que suportam esses estados. O crescimento dos fenómenos de corrupção, a emergência de zonas sob as mãos de grupos criminosos, o aumento da violência da criminalidade, são outros tantos sintomas de um mal que está o corroer o Ocidente.
Se o liberalismo continuar a sua cavalgada nas sociedades ocidentais, o futuro destas será cada vez mais precário. O Estado será cada vez mais impotente para assegurar não apenas a coesão da comunidade nacional, como a própria segurança dos cidadãos. Como a História não pára, comunidades à deriva serão pura e simplesmente presa fácil de quem não vive segundo as ficções liberais.
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