Ruy Belo - Laboratório I
Não era aquela cara a quem a morte
deu de beber do cântaro mais cheio
de sóis e anéis azuis? Quem de tal sorte
quebrou tão puramente pelo meio-
dia das correrias do recreio?
Ou de lua que lívida a transporte
alguma vez algum olhar veio
que tamanha crianças assim suporte?
Envólucro quebrado contra a aresta
do antigo cipreste, ó fantástica festa
de quem consigo mesmo pela frente
se encontra e reencontra finalmente
E hora entreaberta como esta
em que país do sul Deus nos consente?
[Ruy Belo. "Vita Beata", in Todos os Poemas. Assírio & Alvim]
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