Os novos pobres
Ainda a primeira página do Expresso. Os novos pobres. Médicos e professores pedem comida para os filhos. Eis o resultado da irresponsabilidade da classe política portuguesa. O facilitismo que fomentou para efeitos eleitorais em todas as áreas da sociedade, a forma como foram geridos os recursos públicos, a criação de ilusões sobre o «pelotão da frente» e o «choque tecnológico» e mil outras trapaças retóricas estão a conduzir o país para um beco sem saída. Chegámos ao momento em que aquilo que há muito vínhamos predizendo está a acontecer de forma dramática: a destruição das classes médias e a contínua pauperização das classes populares.
A classe política portuguesa, desde a adesão à então CEE, conduziu o país para uma tragédia de que ainda mal se vê os contornos. Não que a Europa fosse um mal, pelo contrário, era o único bem possível. Mas ela exigia das nossas elites políticas e sociais muito mais do que elas estavam dispostas a dar. Cavaco é o primeiro responsável pelas ilusões que então foram criadas. Depois, de Guterres a Sócrates as ilusões, como que movidas pela lei da gravidade, foram caindo em cima dos portugueses a ponto de os esmagarem. No meio de tudo isto, houve muita gente que enriqueceu sem que tivesse criado qualquer tipo de riqueza. Na retórica do actual governo, no palavreado vazio sobre a sociedade do conhecimento e da tecnologia de ponta há uma falta de pudor infinita. As pessoas, muitas das classes médias, não têm dinheiro para dar de comer aos filhos e esta gente a falar de Portugal como se vivêssemos todos em Silicon Valley. Um ultraje.
A classe política portuguesa, desde a adesão à então CEE, conduziu o país para uma tragédia de que ainda mal se vê os contornos. Não que a Europa fosse um mal, pelo contrário, era o único bem possível. Mas ela exigia das nossas elites políticas e sociais muito mais do que elas estavam dispostas a dar. Cavaco é o primeiro responsável pelas ilusões que então foram criadas. Depois, de Guterres a Sócrates as ilusões, como que movidas pela lei da gravidade, foram caindo em cima dos portugueses a ponto de os esmagarem. No meio de tudo isto, houve muita gente que enriqueceu sem que tivesse criado qualquer tipo de riqueza. Na retórica do actual governo, no palavreado vazio sobre a sociedade do conhecimento e da tecnologia de ponta há uma falta de pudor infinita. As pessoas, muitas das classes médias, não têm dinheiro para dar de comer aos filhos e esta gente a falar de Portugal como se vivêssemos todos em Silicon Valley. Um ultraje.
Sem comentários:
Enviar um comentário