O BCP, os amigos e os milhões
O Expresso noticia que o “BCP perde 28,5 milhões com amigo de Jardim”, o qual, segundo a mesma notícia, “já tinha beneficiado de uma redução de €15 milhões nos juros de empréstimos contraídos para comprar acções no banco”. Mais uma vez fica claro que a retórica sobre a racionalidade no mundo da economia privada não passa de retórica. Durante anos ouvimos entoar loas à virtude das empresas privadas e dos empresários e ouvimos um ataque sistemático a tudo o que fosse empresa pública. O que se constata, porém, é que os tiques mais irracionais que ocorrem no domínio público são exactamente os mesmos que ocorrem nas empresas privadas. Duas conclusões: 1. o problema não está no público ou no privado, está numa cultura transversal a ambos os sectores; 2. os ataques ao sector público não tinham por base uma questão de princípios, mas tão-somente os princípios invocados mascaravam a rapina que se abatia sobre o bem comum e o interesse público.
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