15/06/07

Música para o fim-de-semana: Prometheus - The Myth In Music

Para este fim-de-semana uma viagem musical pelo mito de Prometeu. Há duas versões fundamentais do mito. Uma de Hesíodo, na Teogonia, com complementos posteriores de Esquilo; outra, de Platão, no diálogo Protágoras. Apesar das diferenças, há de comum a ideia de a civilização ter sido transmitida ao homem pela desobediência de um imortal. O arrancar do homem à sua animalidade (o roubo do fogo e a sua doação à humanidade) é visto, no mito prometaico, como algo de absolutamente negativo. Os homens eram semelhantes aos deuses, faltava-lhes o fogo para que pudessem rivalizar com estes. Prometeu deu-lho. Como castigo, Zeus mandou aprisioná-lo a um rochedo no Cáucaso, onde uma águia, durante o dia, lhe devorava o fígado, que se reconstituía à noite. Assim eternamente, não fora Herácles matar o maldito pássaro.

Numa época prometaica como a nossa, onde brincamos aos pequenos deuses, vale a pena escutar um conjunto de variações musicais sobre o mito. É um CD editado pela Sony Classical, 1994, no qual Claudio Abbado dirige a Filarmónica de Berlim, numa gravação ao vivo.

São interpretadas obras de Ludwig van Beethoven (Die Geschöpfe des Prometheus – as Criaturas de Prometeu –, op. 43), de Franz Lizt (Prometheus, Symphonic Poem n.º 5), de Alexander Scriabin (Prométhée – Le Poème du Feu) e de Luigi Nono (Prometeo, Suite 1992 – excertos).

Na obra de Nono, a Filarmónica de Berlim é acompanhada por Marta Agerich (piano), Ingrid Ade-Jesemann e Monika Bair-Ivenz (Sopranos), Susanne Otto (Alto), Peter Hall (Tenor), Ulrike Krumbiegel e Mathias Schadock (narradores) e, ainda, pela Berliner Singakademie e pelo Solistenchor Freiburg.

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