De cócoras?
É interessante ver as reacções que correm sempre que alguma das grandes figuras da esquerda portuguesa fala. A entrevista de Mário Soares à Única, revista do Expresso de sábado passado, levantou um coro de gente indignada, a qual correu a pontapé a proverbial estupidez do ex-presidente. Hoje mesmo pode ler-se, no Público on-line, as reacções às declarações de José Saramago numa conferência em Santilhana del Mar, no norte de Espanha. Há uma pulsão totalitária nos nossos liberais, um desejo infinito de atingir as pessoas e de proclamar que só há um caminho para o mundo: o da servidão aos detentores do dinheiro.
Contudo, talvez valha a pena ouvir Soares e Saramago, mesmo que não se concorde com eles, ou não se concorde com tudo o que dizem e o que fazem, ou que fizeram. Uma coisa é defender a liberdade de empresa, outra é achar que a maioria da humanidade deve rastejar perante meia dúzia de personagens. Como pode alguém que acredita na liberdade (é isso ser liberal) e achar a posição de cócoras a mais adaptada ao Homem?
Contudo, talvez valha a pena ouvir Soares e Saramago, mesmo que não se concorde com eles, ou não se concorde com tudo o que dizem e o que fazem, ou que fizeram. Uma coisa é defender a liberdade de empresa, outra é achar que a maioria da humanidade deve rastejar perante meia dúzia de personagens. Como pode alguém que acredita na liberdade (é isso ser liberal) e achar a posição de cócoras a mais adaptada ao Homem?
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