11/08/08

A visita

Os presidentes da Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Ucrânia vão deslocar-se à capital da Geórgia com o objectivo de apoiar o presidente Mikhail Saakachvili (TSF). A deslocação da comitiva, porém, pouco tem a ver com um súbito acesso de amor pelos georgianos. É preciso não esquecer que os estados bálticos e a Ucrânia se desligaram da Rússia enquanto esta estava distraída, devido à queda do comunismo e à reorientação política da Europa de Lesta. Os polacos, por seu turno, não morrem de amor pelos russos, por razões históricas sobejamente conhecidas. O que estes presidentes vão à Geórgia fazer é mostrar ao mundo a sua pertença ao bloco ocidental. Vão dizer aos russos que não pensem fazer-lhes o que estão a fazer na Geórgia. O que nos interessa, agora, é perceber que estamos numa zona “sísmica” com uma alguma probabilidade de ocorrência de tragédia. A Rússia ainda não é suficientemente forte para desencadear operações que permitam controlar os países que a envolvem e que ela acha serem da sua influência natural. Mas o pensamento estratégico está lá – bem como o ressentimento pela perda da sua antiga influência – e é ele que operou na invasão da Ossétia do Sul, independentemente das razões aduzidas. A Europa já foi um sítio mais pacífico e seguro.

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