07/08/08

A amargura da laranja

Parece que continua uma grande confusão para as bandas do PSD. A Dr.ª Ferreira Leite, pessoa estimável e com quem simpatizo, não vai à tradicional festa do povão social-democrata, que se realiza lá para o reino dos Algarves, num sítio chamado Pontal ou Pontão, ou seja lá o que for. Isto deixa indignado essa personagem superior que dá pelo nome de Mendes Bota e permite que o Engenheiro Ângelo Correia – outra pessoa com quem simpatizo, embora por motivos diferentes – faça o seu numerozinho circense. Esta gente anda toda afogueada, pois a senhora remeteu-se ao silêncio e, em vez de distribuir disparates a eito pelo país, decidiu eclipsar-se. Pensam os doutos estrategas de bancada do PSD que sem um chorrilho de parvoeiradas da boca para fora, não há eleições que se ganhem. É provável. Mas o problema, o verdadeiro problema do PSD e que este não pode reconhecer, é que não tem nada a oferecer que o PS não tenha já impingido. Os fervorosos adeptos da congregação laranja podem espumar de raiva e de amargura ao ouvir o nome do senhor Sócrates, mas convenhamos que ele fez aquilo que o PSD gostaria de ter feito e não deixou espaço à enorme criatividade da direita para nos pastorear. O PSD só se pode queixar de si-mesmo. Sócrates seria o seu chefe natural e até pertenceu à congregação, no tempo em que era jovem. Ninguém reparou na promessa e deixaram-na transferir-se, na mais importante transferência da democracia portuguesa, para o team cor-de-rosa. Fossem mais atentos, oferecessem-lhe um melhor contrato. Agora tinham um chefe que sabe encenar, tão ao gosto das gentes laranja, o sentido de estado e o espírito reformista. Tudo se paga nesta vida, portanto aguentem.

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