06/08/08

A Rússia e a União Europeia

Não é que a Rússia seja mais rica, mas tem qualquer coisa que as outras nações precisam – e precisam desesperadamente. A Europa, agora, depende mais da Rússia para o abastecimento de energia do que do Médio Oriente. Em teoria, evidentemente, a Rússia depende do mercado europeu tanto quanto o mercado europeu depende da Rússia. Mas na prática os russos acreditam que conduzem o processo, e os europeus parecem estar de acordo. Os homens de negócios russos, em íntima colaboração com o governo central em Moscovo, estão a comprar bens estratégicos por toda a Europa, especialmente nos sectores da energia, ganhando assim influência política e económica e apertando o controlo sobre o fornecimento e distribuição de energia na Europa. Os governos europeus temem que Moscovo possa manipular o fluxo de abastecimento de energia, e os dirigentes russos sabem que isso lhes dá os meios para compelir a aquiescência europeia para atitudes russas que, no passado, quando a Rússia estava fraca, os europeus não tolerariam. A Rússia pode agora jogar as nações europeias umas contra as outras, dividir e, dessa forma, enfraquecer uma UE que é menos coerente e poderosa do que os seus proponentes gostariam, mesmo nas áreas económica e comercial. [Robert Kagan (2008), The Return of History and the End of Dreams. London: Atlantic Books, pp. 14]

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