Dinheiro para os melhores alunos
Quando é que o actual Ministério da Educação acertará uma? Agora decidiu atribuir prémios de 500€ ao melhor aluno do 12.º ano de cada escola. A medida custará meio milhão de euros. Será, no entanto, uma medida eficaz e educativamente acertada? Do ponto de vista da eficácia, este prémio de 500€ poderá estimular a concorrência e a emulação de um grupo muito restrito de alunos por escola. Esses alunos, porém, já estão altamente motivados para a obtenção de resultados excelentes. O prémio é, desse ponto de vista, uma redundância, pois não levará a estudar a grande massa de alunos que sabem que nunca estarão em condições de obter essa recompensa. Por outro lado, introduzir um arremedo de vida empresarial na escola é um erro estratégico. A escola é uma instituição específica com regras e códigos muito diferentes dos das empresas. O que move os bons alunos é a obtenção do saber, o reconhecimento dos mestres e dos colegas, a entrada no curso da sua vocação. Este ethos é mais do que suficiente e tem-se mostrado eficaz, pois bons alunos não têm faltado. Introduzir uma compensação pecuniária é, nas idades em causa, algo de absolutamente contraproducente, pois dá o sinal de que o cumprimento do dever só se coloca se houver dinheiro em jogo. Foi a esta miséria moral que os socialistas conduziram a educação em Portugal. Bem podem limpar as mãos à parede.
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